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Um conto de Carnaval (parte I)

Um conto de carnaval (parte I)

Bailes, blocos na rua, trios elétricos, desfile na avenida… Carnaval fervendo em toda parte e Marcela com aquele desejo incontido de participar de tudo o que conseguisse! “Neste carnaval, vou aproveitar tudo!”, pensava ela.

Semana de pré-carnaval, se reuniu com a galera na estação de trem e foi pra rua! Começou no bloco das 11h00 da manhã e continuou até o último trio elétrico dizer o tradicional “Valeu, galera!”. A fantasia: um top e uma saia da Mulher Maravilha, com argolas nos ombros, braceletes nos pulsos e um adereço na cabeça, pronto! Suficiente para identificarem o personagem, aliás, comparando com a geral, ela até que estava usando roupa demais…

Primeiro bloco: marchinhas, axé, sertanejo… tinha de tudo. Marcela se divertiu até não poder mais: cantou, bebeu, dançou, pulou, beijou… ufa! Sentou sob uma sombra com os amigos para se recompor, comeu uns salgadinhos, bebeu um energético e partiu para mais um bloco!

Seguiram as marchinhas, enredos famosos de escolas de samba do Rio e de São Paulo… cantou, pulou, dançou… Na volta, sentou com a galera na rua perto da estação de trem, mais uns salgadinhos, alegria geral, todos felizes, missão cumprida!

Esperando o trem na plataforma, Marcela teve uma sensação estranha: havia pessoas ali, muitas, fantasiadas como ela, todas felizes; mas algo parecia diferente. Chegou o trem, entrou. Sentou-se: alívio. Fechou os olhos e sentiu algo que não sabia descrever, parecia que aquele dia que ela tanto desejou, não tinha sentido algum, era como se não tivesse acontecido. A felicidade de uns minutos atrás, parecia, agora, dar lugar a uma inquietação, uma angústia, um medo.

Ela se lembrou de sua frase de proteção: “O Senhor é meu pastor, nada me faltará.”, um trecho de um Salmo da Bíblia (Salmo 22/23). Sentiu-se melhor e começou a repetir a frase em seu interior.

Chegou em casa, mais tranquila e estava, de novo, alegre. Foi contar para a mãe e os irmãozinhos como tinha sido bom o dia, disse que eles deveriam ter ido, também e que, no próximo ano, não ia ter desculpa, todos iriam pular o carnaval na rua, no bloquinho.

Noite de terça-feira de carnaval e Marcela ainda com aquela estranha sensação de “não sei quê”… Pensou no dia seguinte, não ia ter aula, ia vender os doces da mãe só à tarde. Lembrou que era quarta-feira de cinzas, lembrou da Igreja, foi pesquisar o horário da “Missa de Cinzas”: 7h00 da manhã (cedo demais); 12h00, “este horário dá pra ir”, pensou ela e decidiu que iria. O momento em que decidiu ir à Missa no dia seguinte, foi como se ela tivesse dado um mergulho na água mais calma e cristalina que existia! A angústia e o medo que sentia, passaram e ela parecia estar nas nuvens, não sabia descrever o que estava acontecendo, mas sabia que era algo maior que ela mesma e percebeu que na Missa, iria compreender melhor.

Essa história foi contada pela mãe de uma amiga minha, fiquei curiosa em saber o que tinha acontecido com a Marcela, vou contar pra você, na próxima parte desta história e garanto que você vai se surpreender.

Beijo e até lá!

Apê Sousa

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