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O Tempo Comum (I)

barca-de-jesusEste período do Ano Litúrgico é denominado de Tempo Comum porque ocorre fora ou entre os dois tempos centrais: Advento – Natal e Quaresma – Páscoa. No Natal celebramos o mistério da Encarnação do Filho de Deus. Na Páscoa celebramos o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor.

O fato de ser chamado “Tempo Comum” não significa que seja menos importante. Antes mesmo de serem organizadas as festas anuais da Páscoa e do Natal, com seus tempos de preparação e prolongamento, o Tempo Comum foi a primeira realidade celebrativa do Mistério Pascal. Na vivência das primeiras comunidades existia apenas a sucessão dos domingos e semanas ao longo do ano, tendo o domingo como dia maior que reunia os cristãos em torno da Eucaristia. O domingo era o dia, por excelência, para fazer memória da Páscoa do Senhor. Quando, mais tarde, foram organizados os tempos da Páscoa e do Natal, foi para celebrar com mais intensidade, num tempo determinado, os mistérios fundamentais da fé cristã.

Tanto para as primeiras comunidades como para nós, hoje, o domingo é nossa Páscoa semanal. No primeiro dia da semana ou no oitavo dia, nos reunimos, em assembleia litúrgica, para celebrar a Páscoa do Senhor.

O Tempo Comum está dividido em duas partes. A primeira parte começa no dia seguinte à festa do Batismo de Jesus e vai até a terça-feira antes da Quarta-feira de Cinzas, quando tem início a Quaresma.

A segunda parte do Tempo Comum recomeça na segunda-feira depois de Pentecostes e se estende até o sábado que antecede o primeiro domingo do Advento, quando tem início um novo Ano Litúrgico.

O Tempo Comum ocupa a maior parte do Ano Litúrgico. É formado por 33 ou 34 semanas, distribuídas entre dois tempos especiais: o Natal e a Páscoa.

O Primeiro Domingo do Tempo Comum é ocupado pela festa do Batismo de Jesus e, às vezes, pela solenidade da Epifania e, por isso, a festa do Batismo é celebrada na segunda-feira. O 34º Domingo do Tempo Comum é substituído pela solenidade de
Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo.

Os primeiros domingos do Tempo Comum têm uma ligação maior com a festa da Epifania. Convida-nos a adorar o Senhor  que se manifesta anunciando a sua missão e chamando os primeiros discípulos. Em seguida, nos demais domingos, ao acompanhar cada Evangelho, recordamos as palavras e ações que marcaram a missão de Jesus. Os últimos domingos acentuam a dimensão escatológica do Reino, ou seja, o fim dos tempos, alimentando nossa esperança na vinda gloriosa do Senhor.

No Tempo Comum celebramos o Mistério de Cristo em sua totalidade, ou seja, encarnação, vida, morte, ressurreição e ascensão. Não celebramos um aspecto do Mistério de Cristo como, por exemplo, a encarnação, mas todo o Mistério de Cristo ou o conjunto da História da Salvação. A totalidade do Mistério de Cristo é celebrado em cada Domingo, Dia do Senhor.

Em alguns domingos, a recordação (memória) da missão de Jesus cede espaço para a celebração de algum mistério da vida do Senhor, de Maria e dos Santos, como: Santíssima Trindade, São Pedro e São Paulo, Assunção de Maria, Todos os Santos. E também quando coincidem com o domingo: a festa da Apresentação do Senhor, Transfiguração do Senhor, Natividade de João Batista, Exaltação da Santa Cruz, Nossa Senhora Aparecida, Comemoração de todos os fiéis defuntos.

O que caracteriza cada Domingo do Tempo Comum é o Evangelho do dia. O mistério de Jesus vai sendo revelado e nós vamos sendo convidados a aderir mais profundamente à sua pessoa e à sua causa que é o Reino de Deus.

Os evangelhos estão organizados dentro de um ciclo de 3 anos, chamados de ano A, B e C, ou seja, Mateus: Ano A; Marcos: Ano B e Lucas: Ano C.

No 2º Domingo do Tempo Comum o texto do Evangelho proclamado é do início do Evangelho segundo João. Assim: Ano A: Jo 1,29 -34; Ano B: Jo 1,35-42; Ano C: Jo 2,1-11. Também, no Ano B, do 17º ao 21º Domingo, os textos do Evangelho são tirados do capítulo 6 de João.
Em razão do calendário litúrgico não ser fixo, as solenidades do Tempo Comum que ocorrem depois do Tempo Pascal têm por referência a solenidade de Pentecostes. Assim: Solenidade da Santíssima Trindade, no 1º Domingo depois de Pentecostes;
Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, na quinta-feira depois da solenidade da Santíssima Trindade; Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, na sexta-feira após o 2º Domingo depois de Pentecostes; Solenidade de Nosso Senhor Jesus
Cristo Rei do Universo, no último Domingo do Tempo Comum (em fins de novembro).

No Tempo Comum, a cor litúrgica é o verde. Simboliza a esperança, a paz, a serenidade. A cor verde nos diz que é tempo de crescimento, de amadurecimento no seguimento de Jesus Cristo. É tempo de produzir abundantes frutos.

(Mons. José Wilmar Dalla Costa,

in: http://www.diocesefw.com.br/new/liturgias/2/TempoComum_Mons._Jose.pdf)

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