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O pai amorosíssimo – reflexão do Evangelho do 24° domingo do Tempo Comum C (Lc 15,1-32)

O belo trecho do Evangelho da liturgia de hoje, muito conhecido e comentado, trás dois filhos que vivem com seu pai e tudo usufruem do que ele possui. Num determinado momento da vida, o filho mais jovem decide sair daquele modo de vida e aventurar-se por outros caminhos.

Sua primeira atitude é comunicar a decisão ao pai (ele já havia refletido muito e estava bem ciente que não teria como alcançar seus objetivos sem recursos e, que estes, no momento, pertenciam ao pai). Sua comunicação, na verdade, é uma ordem para que o pai lhe entregue o que a seu ver, já lhe pertence: sua parte na herança.

Os bens de uma pessoa somente passam para seus herdeiros após sua morte… Ao pedir sua parte na herança, o filho rompe sua ligação vital com o pai, passando a considerá-lo morto, a partir daquele momento. Valorizou mais seu objetivo pessoal e egoísta e a riqueza que herdaria, em detrimento de uma vivência social e familiar com as pessoas que lhe eram mais próximas.

O filho mais novo, matou em seu coração o pai e aqueles com quem tinha relações familiares e de amizade. Deixou-se levar pela ganância e o egoísmo, pelo desejo de viver sua própria vida como havia idealizado – o que não incluía seus familiares e amigos – queria uma realidade alienada e distante do que concebida até então.

Partiu o filho e viveu sua vida de desventuras.

O pai, coloca-se na atitude de disponibilidade total ao filho, ouve seu pedido e lhe atende, mesmo sabendo das consequências que o jovem poderia sofrer em suas desventuras. Ao partir, o filho deixa o pai com o coração partido.

O pai sabe que o destino de seu filho é a morte, foi o que ele mesmo escolheu, mas não desiste de aguardar seu retorno e espera, olhando para a estrada diariamente, que seu filho amado retorne a seus braços, único lugar em que ele terá vida em plenitude.

A espera continua… as notícias sobre o filho e seu modo de viver desenfreado e inconsequente lhe chegam de muitos modos… a esperança por seu retorno permanece viva.

Um dia, o pai avista alguém ao longe, seu coração compadecido tem certeza: é o filho que voltou! O pai corre a seu encontro, abraça-o com a força de seu amor incondicional, cobre-o de beijos! O filho voltou!

O pai quer que todos se alegrem, que todos partilhem de sua alegria, pois seu filho estava morto e voltou a vida! Ordena que haja festa, comida e dança. É preciso celebrar este retorno.

O pai sabe que, ao pedir a herança, quem morria, na verdade, era o filho. E agora, ele volta à vida.

O amor do pai é maior que qualquer dimensão humana pode alcançar, mas nele, é possível encontrar, viver e partilhar o amor, como ele fez com o filho mais novo que, tomado pelas emoções humanas, não queria aceitar a acolhida a seu irmão. Sequer conseguia ver o outro como irmão, ao contrário do pai, ele o matou em seu coração.

O pai aproxima-se também deste filho, conhece sua mágoa e o chama a alegrar-se, a partilhar deste amor que é maior que tudo. Quer que este filho também esteja na dinâmica da vida e do amor.

Jesus apresenta-nos o coração do Pai… que sempre espera o retorno de seus filhos a seus braços, que os acolhe, envolvendo-os em seu amor infinito e misericordioso.

Estejamos em comunhão com o coração do Pai, intercedendo por aqueles que em algum momento da vida, O mataram em seus corações, para que retornem ao calor de Seu abraço e retornem à Vida e ao Amor.

Estejamos vigilantes para que nossos pensamentos, palavras e ações não sejam como de filhos que se deixam levar pelos desejos passageiros, ou que não se reconhecem como filhos e vêem a vida como um peso. Vigiemos para vivermos sempre como o Pai, que ama incondicionalmente e vive à espera do retorno de quem se afastou, desejando o momento do abraço, do retorno à comunhão.

Alzineide Pereira de Sousa, ffdp

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