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Novena de São Francisco de Assis 2014

Cara irmã, caro irmã, Paz e Bem! Apresentamos na íntegra a novena de São Francisco que rezamos em nossas fraternidades. Queremos compartilhar com você esse bonito momento de nossa espiritualidade franciscana e clariana. Louvemos ao Senhor nestes dias, acompanhando a caminhada vocacional de São Francisco e de seus primeiros irmãos, atualizemos sua mensagem para o hoje de nossa história e coloquemos nas mãos do Senhor, na intercessão deste grande Santo.

Você pode acompanhar a forma mais reduzida da novena em nosso facebook: facebook.com/franciscanasprovidencia

NOVENA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS (24/09 a 02/10/2014)

TEMA: O RETORNO AO EVANGELHO

Oração inicial: Ó glorioso Deus Altíssimo, iluminai as trevas do meu coração, concedei-me uma fé verdadeira, uma esperança firme e um amor perfeito. Dai-me, Senhor, o reto sentir e conhecer, a fim de que possa cumprir o sagrado encargo que na verdade acabais de me dar. Amém!

Oração final: Oração de São Francisco de Assis
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.

1° DIA – SÃO FRANCISCO E O SEU TEMPO

Francisco de Assis, foi no sec. XIII o homem do retorno ao Evangelho. Rompendo com o sistema político/religioso; do senhorio religioso e das guerras santas. Voltou ao Evangelho da pobreza, da fraternidade e da paz.

Francisco lê o Evangelho com um olhar novo, olhar à luz dos grandes apelos de seu tempo.
O que deu à experiência franciscana sua verdadeira dimensão e poder de sedução, foi precisamente a mudança do contexto de feudalismo para as comunas.

O Evangelho revela a Francisco um rosto de Deus até então desconhecido na cultura feudal, um Deus humilde, pobre, misericordioso; um Deus tão diferente do deus feudal, senhor absoluto, poderoso, majestoso, guerreiro.

Mudança de Sociedade
Havia 4 séculos que o mundo vivia sobre o regime do feudalismo. O povo rural, simples, sem acesso ao mundo da cultura, encontrava sua segurança vivendo subordinado a um senhor feudal, todos viviam à sombra do castelo…

Neste contexto de quatro séculos:
nascem as cidades;
a vida comercial;
as viagens;
as viagens em grupos organizados (caravanas)
a economia de mercado;
o aparecimento da moeda (dinheiro);
a livre circulação das pessoas;
a construção das estradas;
a produção agrícola e artesanal;

A influência comercial, sobretudo da indústria têxtil. Começa surgir uma nova classe social dos comerciantes. Um novo modo de pensar e de ver a vida vai surgindo neste novo contexto.

Na economia, com o aparecimento do dinheiro que se torna um novo símbolo da riqueza, com a expansão monetária, aparecem os banqueiros, a letra de câmbio. E assim, aparece uma nova classe social de ricos que são os comerciantes.

As cidades que estavam sob o domínio de um abade ou de um bispo ou de um conde, agora são influenciadas pela tensão de uma nova realidade social e neste contexto, aparece o movimento da comuna, que era a associação dos moradores das comunas.

Nesta época, começa a surgir a emancipação das cidades e novas formas de governo das mesmas.

Francisco é filho das comunas, por isso partilha o sonho de liberdade e de associação entre as pessoas e grupos sociais.

O movimento de Francisco se dá dentro deste contexto de mudança de época, de mentalidade e de estrutura social. Por isso, o Evangelho revela a Francisco o caminho da Fraternidade Minorítica, da Pobreza de Jesus e de uma vida marcada por outra lógica, a lógica do Amor (O Amor não é Amado).

O que, nos feudos e nas comunas, era impossível de se viver, na Fraternidade Franciscana se torna um grande dom: a convivência de pessoas de classes diferentes, vivendo como irmãos menores, sem o domínio da riqueza (terra e ou do dinheiro).

2° DIA – VISITADO PELO ESPÍRITO

Doente e alquebrado pelos 12 meses de prisão em Perusa, sente-se com as forças minadas.
A perda do gosto pela vida era sintoma de um desencanto mais profundo.
Antigos valores desmoronavam e o vazio habitava sua alma.

No caminho, encontrou um pobre cavaleiro, sua miséria o deixou envergonhado e envergonhado dos abismos que a riqueza construía entre as pessoas.

Envergonhado, Francisco volta e despojar-se em favor do pobre da estrada. Não é apenas um gesto de generosidade, é um encontro que diz sobre as novas relações que ele se empenhará por construir.

Voltando a Assis, ele se sente visitado pela doçura de Deus e esta experiência inaugura em Francisco um tempo de silencio gestacional.

Francisco descobre o pecado das comunas, a riqueza feita às custas da miséria dos pobres.
Na medida em que cresce sua sede de Deus, torna-se sensível e atento ao sofrimento humano.
Por isso, se aproxima dos pobres, busca os leprosos, encontra-se com os mendigos e o povo simples das oficinas e dos porões.

Francisco descobre o mundo dos pobres. Primeiro como um rico benfeitor que dá esmolas, depois mergulha neste mundo e torna-se pobre com e como os pobres.

Havia, por parte dos pobres, um desencanto com as comunas, eles descobriam que apenas tinham mudado de patrões. Antes os senhores feudais, agora os ricos comerciantes.
Nesta ocasião se dá o encontro de Francisco com o crucificado de São Damião. Na pequena capela, ele descobre que o Crucificado nada tinha de senhoril, de impostor, de glória. Mas, antes se revelava um Deus humilde, pobre, frágil. Aquele Crucificado nada tinha haver com o deus cultuado nas Catedrais, nos Mosteiros, nas Guerras Santas das Cruzadas…

Na solidão, Francisco sente-se visitado pelo Crucificado, que docemente lhe dirige a pergunta: Francisco, não vês…? Naquela hora, o Crucificado despertou um novo olhar em Francisco. E esse novo olhar vai perseguir Francisco, até que ele já não mais precisando dos olhos da carne, fica cego, pois já via com o coração.

Indo a Santa Maria dos Anjos, na celebração da Eucaristia, ouve o Evangelho de Mt 10, 1-15: o envio dos discípulos.
Não leveis dinheiro…
nem ouro… nem prata… nem dinheiro…
nem duas túnicas…
nem calçados…
nem bastão!
Tais palavras iluminaram o seu espírito: “É isso que eu quero, que procuro, que desejo de todo coração” 1 Cel 22.

3° DIA – O IMPASSE DA IGREJA

No momento em que Francisco descobre sua vocação ouvindo o Evangelho, a Igreja vivia um impasse. Ela se encontrava paralisada pelo seu próprio poderio.

Uma Igreja Onipotente: toda Europa estava coberta por Bispados e Mosteiros, que solidamente instalados na ideologia feudal, mantinham o domínio eclesial.

Prisioneira do poder: em razão de seu poder temporal (excomunhões, nomeações de reis, príncipes, condes, duques, organização das cruzadas, etc.) estava comprometida com tudo que era estranho ao Evangelho e à sua verdadeira missão.

Para manter sua posição de domínio, utiliza das próprias armas do mundo, basta ver a inquisição.

Enquanto as comunas nasciam desvinculadas do poder feudal, a Igreja estava profundamente comprometida com este sistema.

Cardeais e bispos declaravam as comunas filhas da besta do Apocalipse. Incapacitada para compreender o novo mundo surgido com as comunas, o povo e o baixo clero não se sentiam bem nesta Igreja.

Por isso, nesta ocasião, vai nascendo muitos movimentos de volta à pobreza e à simplicidade do Evangelho, vivendo e organizando-se à revelia da Igreja.

Nesta ocasião surge o Movimento dos Cátaros, que propunham uma volta à pureza dos primeiros cristãos. Eles foram combatidos a ferro e fogo, somente no sul da França 20.000 cátaros foram mortos.

Neste cenário, aparece Joaquim de Fiore, um monge que sonhava com uma nova comunidade cristã desvinculada do contexto histórico em que vivia. Uma religião espiritual e a histórica.

4° DIA – O EVANGELHO REENCONTRADO

Naquela manhã de 1208, na Capela da Porciúncula, ao ouvir o Evangelho de Mt 10, 1-15, Francisco não tinha alcance do que a Palavra causaria em seu coração, na Igreja e no Mundo.

Três elementos do Evangelho falaram alto ao coração do jovem eremita:

O envio dos discípulos: Ide!
A exigência da pobreza: Não levem…!
O conteúdo do anúncio: a todos anunciai a Paz!

Numa Igreja solidamente instalada, caracterizada pelo imobilismo do sistema feudal, que carregava o peso de suas estruturas, das enormes propriedades de terra, Francisco encontra-se tomado pelo espírito de leveza quando ouve: IDE!

Nesta expressão, ele sente a alegria da caminhada e põe-se a caminho! Por isso, não aceita nada que o possa instalar, nem endereço fixo, nem propriedades. Francisco descobre o Evangelho como movimento.

Não leveis nem ouro e nem prata! Que alivio!

Pois, ouro e prata marcavam a vida não só da economia, mas, sobretudo as relações entre as pessoas. O dinheiro estava na base das relações. Ouro e prata eram os novos símbolos do poder.

Quem os possuía, dominava os demais. Francisco logo entendeu que, onde reinassem o ouro e a prata, não existiria a FRATERNIDADE. Por isso ele recusa fazer pacto com este novo ídolo.

Somente quem está liberto da avareza, pode anunciá-la.

Propor a paz é o mesmo que propor novas relações, relações remidas pelo perdão e bem querer. É derrubar muros e construir pontes.

Francisco entende que a paz do Evangelho não é um estado intimista, ela é respeito pelos direitos de cada pessoa como também, construtora de novas relações.

5° DIA – O SENHOR ME DEU IRMÃOS

Francisco, opta pela vida itinerante, ao estilo dos discípulos de Jesus. E, ainda, muito cedo o Senhor lhe deu irmãos.

Em 1220, eram 3.000 frades e em 1226 perto de 5.000 frades; e com isto veio a necessidade de organizar a Fraternidade nascente da escuta do Evangelho.

Francisco não aceita as Regras de S. Agostinho, nem a de São Bento e nem a São Bernardo. Ele queria o Evangelho como Regra e Vida dos Frades Menores.

O jovem fundador havia percebido que as estruturas das Ordens já existentes em seu tempo, estavam de acordo com a cultura feudal, ligadas à propriedade de terras, Mosteiros, Abadias e outros.

Ele tinha a sensibilidade própria de quem vivia numa sociedade, daí cinco traços marcantes de sua Ordem:
Mobilidade Apostólica x Estabilidade Monacal: o claustro de Francisco é o mundo, hoje aqui, amanhã ali.
Pobreza Pascal: a mobilidade apostólica faz com que os frades sejam pobres e privados dos benefícios eclesiásticos.
Fraternidade: ao lado da mobilidade apostólica e da pobreza pascal, a Fraternidade Evangélica é o que caracteriza essa nova forma de vida.
Frades Menores: A minoridade é uma característica fundamental na identidade franciscana. Embora inspirada no Evangelho, onde Cristo se faz menor (Presépio, Eucaristia e Cruz), a denominação MENORES tinha uma conotação de classe. Estava em oposição aos MAIORES.
A minoridade não era apenas um estado interior, mas também um estado social. Francisco havia intuído que havia um pacto secreto, uma cumplicidade entre o Evangelho e o mundo dos pobres.
Os pobres carregavam o peso dos pecados do mundo, como também a esperança de uma nova realidade.
Portanto ser irmão menor é uma missão, é uma “revelação”, anúncio de uma sociedade sem dominados e dominadores, mas somente de irmãos.

6° DIA – SUBMISSOS À IGREJA

Francisco quis caminhar com a Igreja e não sem ela. Os frades deveriam ser menores não somente na dimensão social como também eclesial.
O Pobre que Canta…
O retorno ao Evangelho não é para Francisco um afastamento das preocupações de sua época, como o sofrimento dos pobres e nem mesmo da realidade da Igreja.
Ele sentindo-se tomado pelo frescor do Evangelho, descobre sua beleza e sua leveza e quer viver assim. Entre a sátira e o cântico, Francisco opta pelo cântico.
Em Francisco o Evangelho da pobreza era também o Evangelho do Cântico. Possuído pelo Espírito que o faz vibrar de felicidade, canta a pobreza de Deus, torna-se enamorado do Cristo pobre e o contempla nos pobres mais pobres de sua época.
O Deus encontrado nos leprosos, nos pobres amontoados num forno, numa noite de inverno, nada tinha haver com o Deus das catedrais, dos senhores feudais, das cruzadas… Na pobreza de Jesus, descobre a pobreza existencial:
“Nada de vós, retenhais para vós mesmos”.
“Peço-vos, irmãos, que tratem de se humilhar em tudo…”
“Atribuamos ao Senhor todos os bens…”
“A Ele é que pertence todo bem, pois só Ele é bom”…

7° DIA – VINHO NOVO EM ODRES VELHOS…

Francisco, submete seu estilo de vida evangélica à aprovação de Roma. Queria apenas o direito de existir como Fraternidade reconhecida.
O filho da comuna pede a Igreja feudal a autorização para viver de uma outra forma no seio desta mesma Igreja.
Queria apenas a liberdade para viver o Evangelho.
Mas, toda liberdade se conquista a duras penas, mesmo a vida segundo o Evangelho.
O cardeal João de São Paulo tentou orientá-lo a buscar uma Ordem já aprovada e tudo indica que havia uma preocupação quanto a manutenção da nova Fraternidade.
Queria apenas viver como viviam os pobres.
João de São Paulo teve o mérito de compreender Francisco, dizendo a Cúria Romana: “não podemos recusar o pedido deste pobre para viver o Evangelho”.
Reconhecido pela Igreja era o mesmo que ser reconhecido pela Sociedade da época, ainda que fosse como um corpo estranho nas entranhas do feudalismo como nas entranhas do mundo soberbo das comunas.
Com o crescimento da Ordem, vieram as dificuldades quanto a manutenção e a unidade dos irmãos.
O grande número de frades, não possibilitava a todos, o convívio com Francisco, e daí foram surgindo questões como: a formação, a manutenção, a animação da fraternidade, o zelo pelo observância do carisma.
Não demorou muito e a aparecer a necessidade de uma Regra.
Dois modelos de organização apareceram entre os irmãos:
A- o inspirado nas antigas Ordens Monásticas,
B- os que queriam preservar a originalidade primitiva da Fraternidade.
Francisco se preocupava em manter-se fiel a inspiração do Senhor, salvaguardando a liberdade e a simplicidade evangélicas na fraternidade. Como também, tinha consciência que não podia aprovar os excessos de muitos frades em nome da liberdade evangélica.
Francisco vai ao Oriente Médio, quando havia um sangrento combate entre cristãos e mulçumanos, na V Cruzada de Inocêncio III, para reconquistar os Lugares Santos, movido apenas pelo Evangelho da Paz, e encontra-se com o Sultão.
Sua demorada ausência e boatos de sua morte em alto mar, provocaram certa desordem na Ordem, levando os Freis Matheus de Nardi e Gregório de Nápoles a convocar um mini capítulo, com a aprovação de uma Constituição bem ao estilo das Ordens existentes.

8° DIA – NA ENCRUZILHADA DOS CAMINHOS

Ao retornar do Oriente, Francisco encontrou a Ordem numa situação diferente da que havia deixado.
Dois grupos marcavam a vida da Fraternidade naquele momento: os que queriam viver segundo a inspiração primitiva e os que queriam enquadrá-la nos moldes das ordens existentes.
Procurando por Honório III, pede-lhe um “cardeal protetor”, alguém que pudesse ajudá-lo a manter o Espírito das origens, considerando a nova realidade dos irmãos e foi-lhe dado o Cardeal Hugolino.
Aos poucos chegaram a conclusão da necessidade de darem à Ordem, fundamentos mais sólidos, tendo em vista os milhares de frades que nela haviam ingressado.
Neste movimento, Francisco nunca perdeu de vista o ponto de partida: viver segundo a forma do Santo Evangelho, uma Fraternidade de irmãos menores, junto dos menores de seu tempo.
Este movimento foi visto por alguns, como o “começo da manipulação do papado” e para outros, como tempo de organizar a vida que explodia por todos os lados.
Depois de passar o governo da Ordem a Frei Pedro Cattani e devido a morte deste, a Frei Elias; Francisco, com Frei Cesário de Espira, pôs-se a redigir a Regra. Esta Regra, nada tinha de um texto jurídico, nela encontramos uma admirável intimidade de Francisco com o Evangelho.
Neste texto encontramos a expressão mais genuína do projeto de Francisco: uma Fraternidade evangélica, pobre, orante, missionaria, próxima dos humildes, liberta de dominações.
No Capítulo de 1221 aprovou-se a Regra e fizeram com que Francisco entendesse que aquela Regra era muito longa, lírica e mística, pouco precisa quanto aos ordenamentos jurídicos.
Francisco se retira com Frei Bonizzo para escrever outra Regra.
No novo texto aparecem três ideias fortes:
O Evangelho é a única Regra de vida dos Frades Menores;
O coração da vida evangélica é a vida em Fraternidade, onde o domínio do dinheiro e do poder devem ser renunciados;
O seguimento de Jesus, gerando fraternidade com todas as pessoas, deixando-se guiar pelo Espírito Santo.
No Capítulo para aprovação da nova Regra, com a presença do Cardeal Hugolino, um grupo de frades pediu ao prelado que pressionasse Francisco para aceitar uma das Regras já existentes para a Ordem.
Francisco manteve-se firme e não se deixou envolver por este pedido reafirmando sua inspiração originária.

9° DIA – O ENCONTRO DO EVANGELHO COM A HISTÓRIA

A Experiência evangélica de Francisco não é um simples episódio na história do Cristianismo; seu sopro profético foi como um despertar na Igreja do Séc. XIII e conserva até os nossos dias o poder de renovação, de rejuvecimento e encantamento.
Três elementos contribuíram para que Francisco se tornasse um guia seguro e inovador para quem quisesse viver a radicalidade do Evangelho da Missão (IDE), da Pobreza (NÃO LEVEIS) e da Paz (ANÚNCIO):
A RIQUEZA DE SUA NATUREZA HUMANA: trata-se de um fato incontestável, Francisco foi possuidor de uma riquíssima natureza humana. Tornou-se símbolo da integração: divino/humano; masculino/feminino e carnal/espiritual. Celano diz: “seus sentimentos naturais eram suficientes para torná-lo irmão de toda criatura”.
O Sopro Evangélico: o sopro do Evangelho nesta rica personalidade, liberou suas potencialidades humanas. O Evangelho dinamizou sua vida e sua conversão, foi uma busca apaixonada de viver em comunhão com o Crucificado de São Damião.
A natural hospitalidade de seu espírito e de seu coração se abriram às dimensões do mundo. O beijo no leproso e o Cântico das Criaturas são os mais belos símbolos de sua comunhão universal.
A cumplicidade com a história: o movimento franciscano se deu na história, considerou sua realidade e a partir dela, lançou possibilidades para o novo, foi assim nas origens e tem sido assim ao longo dos séculos.
Francisco abriu portas e estas, nunca mais se fecharam, para quem procura centrar a vida no Evangelho encarnado no tempo. O retorno ao Evangelho exerce um papel de fermento no mundo e ao mesmo tempo liberta a Igreja de seu peso sociológico e abre para ela um novo futuro de uma nova juventude.
Para viver a experiência de Francisco não basta uma boa vontade de retornar ao Evangelho, é preciso estar em cumplicidade com o movimento criador da história.
Cabe aos discípulos de Francisco estarem presentes no movimento da história como fermento de uma nova realidade. Com Francisco, aprendemos que é preciso discernir os apelos do Espírito na história e não sem ela.

Algumas Intuições do carisma de Francisco no hoje da História

Retornar ao Evangelho como movimento de vida nova;
A necessária comunhão de vida com os pobres, não apenas optando por eles, mas optando também por uma vida pobre, simples e frugal;
O cuidado pela pessoa humana na sua singularidade;
O acolhimento, respeito e defesa de toda Criação;
Na Igreja, colocar-se entre os últimos, não entrar na lógica do poder, do clericalismo e do proselitismo religioso.

Baseada em texto apresentado por Frei Éderson Queiroz, OFMCap, no encontro da Família Franciscana do brasil, com os coordenadores regionais (30/08/2014)

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