img class=alignright size-full wp-image-31991 alt=1_0_800858 src=http://noticiascatolicas.com.br/wp-content/uploads//2014/05/1_0_800858.jpg width=227 height=220 /Um discurso programático, ressonância fiel do Vaticano II, que pede uma viravolta e convida a abrir-se à profecia do Evangelho segundo a perspectiva da emEvangelli gaudium/em. Uma contextualização desta exortação feita com inteligência e amor. Com essas palavras, o professor de Teologia Sistemática do Instituto Universitário Sophia, de Florença – centro-norte da Itália –, Pe. Piero Coda, comenta as palavras do Papa dirigidas nesta segunda-feira aos bispos italianos, na abertura de sua 66ª Assembleia Geral.
Francisco quis também ressaltar que a presidência dos bispos italianos é composta somente de homens do Papa, aludindo à imprensa que havia falado de divisões, comenta o teólogo.
Foi uma sutil exortação aos jornalistas, convidados a usarem chaves de leitura mais profundas, mas também uma sutileza em relação aos bispos, como se lhes dissesse que não é fundamental ser para o Papa, mas radicados no essencial e, juntos, seguir Jesus.
Substancialmente – prossegue o teólogo –, o Papa Francisco impeliu os bispos italianos a voltarem ao essencial, ao significado profundo de sua missão e da missão de todo o povo cristão.
Um convite forte a não ceder à tentação de uma programação pastoral, ou de uma leitura dos impulsos provenientes da sociedade, numa chave unicamente funcionalista, mas a irem diretamente ao essencial, deixando-se transformar pelo olhar de amor que Cristo nos dirige.
Francisco convidou-os a passarem de uma espiritualidade a uma pastoral do essencial. Portanto, não uma pastoral de conservação, cansada, repetitiva, medíocre, mas uma pastoral que se abra à ação do Espírito Santo e anuncie e testemunhe, com gestos proféticos, aquilo que é essencial no Evangelho e na vida de cada pessoa humana.
O Papa chegou a dizer que a missão do bispo é ser ‘sacramento’ de unidade, ou seja, favorecer no âmbito de toda Igreja local a participação, a co-responsabilidade, a escuta do povo de Deus e tecer relações de qualidade entre os bispos tornando-se fermento de unidade e reconciliação no tecido martirizado da nossa sociedade e sendo os primeiros a acolher os excluídos da vida social, como os desempregados e os imigrados.
Francisco – conclui o teólogo Coda – ressaltou também qual deve ser o estilo do pastor na Igreja. Um estilo cuja medida é o homem das bem-aventuranças. Portanto, uma Igreja que não tem no centro estratégias, formas de poder ou privilégio, mas uma Igreja humilde, pobre, que se coloca ao lado dos que sofrem.
O bispo não está no vértice de uma pirâmide, mas é um guia que se coloca diante de seu rebanho, mas também atrás e igualmente no meio de seu rebanho. Não o bispo príncipe, mas o bispo servo da unidade e da comunhão.
emPor Rádio Vaticano/em