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Formação Missionária em Brasília (II)

(Para ler a primeira parte deste artigo, clique aqui)

Semana-de-Formação-Missionária-para-educadores2Os sinais mais evidentes na teologia a partir da criança, segundo a psicanalista, são a sua noção de que a vida é muito além daquilo que se vê com abertura para o invisível, para o transcendente, para a dependência de um ser maior. “Elas não tem problemas com isso. Ela depende, ela se apega. Intui que não é só dos pais que precisa. Intui que há um ser maior, que fez os pais e a fez, que a criou e de alguma forma, a criança sabe que existe um ser maior, que fez tudo”.

Escutar a criança, sabendo que ela é protagonista da evangelização traz surpresas e aprendizado. A professora atestou que, “a criança faz declarações incríveis, teológicas e cosmológicas, desde que seja ouvida.” E acrescentou: “os adultos acham erradamente, que precisam levar tudo pronto”.

Para dar lugar a esse protagonismo, um bom começo é ouvir a criança, deixar que ela expresse seus pensamentos e sentimentos, quando lhe contamos histórias. “Por exemplo, usar o método de Jesus. Ele contava parábolas, mas não dava logo a interpretação. Deixar a criança dizer como ela entende. Como vê o Reino naquela história. E a partir daí, ouvir respostas profundas e teológicas”.

Outro elemento importante é permitir e ouvir a criança rezar. Karin Ellen diz ter relatos de pais que escutam seus filhos e aprendem com eles. Cita a catequista italiana Sofia Cavaletti, que criou um movimento de liturgia e de adoração a partir e com a criança, com frutos surpreendentes.

“Dar à criança a autoridade para ela nos dizer quem é Deus”, enfatiza a psicanalista, com base nos próprios relatos evangélicos, onde Cristo corrige posturas dos seus seguidores. “Na disputa teológica entre os discípulos, para saber quem era o maior deles, o que Jesus fez? Pegou uma criança e disse “olhem para ela para saber quem é o maior”, então até para resolver embates teológicos deveríamos nos reportar à criança, olhar para ela”.semana educadores iam - julho 2015

E diante do apelo insistente por um ‘’estado laico” que priva muitas crianças do ensino religioso nas escolas, da fé como valor associado à ciência e ao conhecimento, a professora entende que os grupos de Infância e Adolescência Missionária, podem ser uma resposta adequada, já que mesmo em um contexto de pluralismo religioso, presente na educação, permanece o anseio pelo sagrado.

Edgar Moran, pensador francês quando questionado a respeito do estado laico. Ele diz: “laico sim, mas que respeite a condição humana e a religiosidade que faz parte da condição humana desde sempre, então ela merece e deve ser estudada sempre”.

professora mrcia loboA assessora ainda acrescenta que, “abrir-se ao transcendente é diferente de catequizar e de doutrinar. É deixar um espaço para o sagrado, sim. Porque é constitutivo do humano. Então, é cientificamente coerente se deixar um espaço para o sagrado, mas se tirar isso, é estar desrespeitando a condição humana, principalmente a condição infantil porque ela tem uma sede do sagrado, ela foi criada com o sagrado dentro dela. Ela tem fome de um ser maior do que seus pais. Porque ela sente anseios muito maiores, que os pais não conseguem responder”.

O evento encerrou no dia 31, às 12 horas, abordando “Os elementos para um planejamento das atividades da IAM nas escolas”, com participação das Pontifícias Obras Missionárias (POM) e da província Marista Brasil Centro-Norte.
E deixou- nos com um desejo pulsante de ver e fazer acontecer nos ambientes escolares ou não, o educar para paz partindo do coração e tendo a criança como protagonista neste processo.

(veja mais fotos em facebook.com/franciscanasprovidencia)

Por: Ir. Luzia Kátia da Silva, ffdp

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