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Formação Missionária em Brasília (I)

“A Infância Missionária nas Escolas – O protagonismo das crianças”

“A educação tem uma função particular na construção
de um mundo mais solidário, pacífico e humano”.
(DOC. Congregação para a Educação Católica- 2002)

A 2ª Semana de Formação Missionária para Educadores, aconteceu no CCM – Centro Cultural Missionário, em Brasília dos dias 27 a 31 de julho de 2015, nessa semana educadores leigos e religiosos se reuniram e contaram com 24 representantes de escolas de orientação católica e do Pontifício Instituto das Missões Exteriores (PIME), além de agentes de pastoral, enviados de 10 estados do Brasil.

CCMForam apresentados temas fundamentais para os educadores de escolas católicas, como “Educação à mundialidade e à interculturalidade”, com o teólogo Mémore Restori, a “Teologia missionária da criança”. A criança como sujeito de encontro com Deus e de evangelização”, com a professora Karin Hellen Kepler Wondracek e a “Psicopedagogia da Criança”, com a professora Márcia Bernardo Lobo. O trabalhar a dimensão missionária, estimular o protagonismo da criança, buscar caminhos para educar em meio às diferenças, trabalhando à mundialidade e à interculturalidade, foram alguns dos pontos abordados neste encontro.

O Centro Cultural Missionário (CCM) é um organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A semana de formação foi promovida pela secretaria nacional da Infância e Adolescência Missionária (IAM), pelo CCM e pela Província Marista Centro-Norte. O principal propósito, segundo o secretário nacional, padre André Luiz de Negreiros é o de criar unidade. “Chegamos a 14 congregações religiosas, com experiência da Infância Missionária em suas escolas e agora, o desafio é manter a metodologia do carisma”.

Nesta diversidade de pessoas que estão em paróquias, escolas e outras instituições participantes do encontro levantaram algumas questões para reflexão sobre a postura do educador/evangelizador, tendo como enfoque principal a formação integral do jovem e da criança. Buscou – se enfatizar a formação espiritual, emocional, social, além da formação acadêmica. Tivemos vários momentos de estudo sobre o protagonismo infantil, revendo quais espaços estamos dando aos alunos/crianças para a escuta, para formar uma postura crítica, um ser mais questionador, um ser mais atuante.

A Infância e Adolescência Missionária (IAM) vem revelando uma nova forma de educar que abre para o mundo e para o diálogo com todos. A criança atua de forma dinâmica e se insere nas atividades culturais, sociais, cívicas, recreativas e religiosas, não apenas como espectadores, mas como, construtores da história e de um novo jeito de ser cidadãos na escola e no mundo. Essa proposta envolve as famílias, criam associações próprias e desenvolve atividades de cunho social, cívico, cultural e religioso. Os pais sentem-se envolvidos e vibram por fazer acontecer a Infância Missionária. Há casos em que através desses eventos, levados pelo testemunho dos filhos, os pais são sensibilizados para uma vivência humana e cristã mais plena e autêntica.

Como trabalhar com grupos de IAM em meio à diversidade religiosa presente no ambiente escolar? Um questionamento que permeou todo o encontro. De acordo com a professora Márcia, embora a frequência aos grupos de IAM seja facultativa, assim como no ensino religioso, no atual contexto são as famílias que têm recorrido à escola, em busca de apoio para formação moral e ética dos filhos. “Nós educadores temos estratégicas e dinâmicas que ajudam a criança a absorver esses valores. Eu vejo cada vez mais esta cumplicidade entre educador/evangelizador, família e escola, visando o desenvolvimento da criança, com formação para a cidadania, com valores e princípios bem estruturados, tudo isso associado aos projetos pedagógicos. É possível conciliar sim, a IAM na escola, na medida em que se coloca para a família, o que a criança recebe. A família traz a criança e participa. Mas depende muito da equipe, por isso, é importante formação das pessoas que estão trabalhando diretamente com as crianças é relevante”, salientou assessora Marcia.

Nos grupos de IAM, as crianças cultivam valores fundamentais da dignidade humana e da convivência fraterna, como gestos de partilha, de amizade, a dimensão da coletividade e do grupo, o protagonismo da criança é o despertar para as diferentes realidades e diferenças.

A professora e psicanalista Karin Ellen Wondracek propôs aos 24 educadores que representam escolas e instituições de 10 estados brasileiros, que vejam “a missão a partir da criança, escutando o que ela já traz para dentro da missão”. Karin Ellen ainda lembrou que, como templo do Espírito Santo, a criança traz “o Reino de Deus dentro de si” e manifesta sua espiritualidade “mais para ensinar, do que para aprender”. Citando autores que evidenciam a teologia da criança, a professora afirmou ser necessário “não atrapalhar a espiritualidade que a criança já manifesta e sim, ajudá-la a encaminhar essa espiritualidade para o crescimento”.

Citando a exortação de Jesus Cristo “Deixai vir a Mim as crianças, porque delas é Reino dos Céus” (Mt18), Karin perguntou “o que eu posso aprender sobre o Reino dos Céus a partir de contemplar a criança, conversar e estar com ela? Deste ponto de vista, é ela quem me evangeliza”.

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(veja mais fotos em facebook.com/franciscanasprovidencia)

Por: Ir. Luzia Kátia da Silva, ffdp

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