A liturgia de hoje nos apresenta a passagem do Evangelho sobre os discípulos que voltavam de Jerusalém à Emaús após a morte de Jesus – Lucas 24,15-35.
É um encontro entre peregrinos, caminheiros. Os dois discípulos iam pesarosos, tristes com o que aconteceu e um “estranho” (Jesus, que eles não reconheceram) se aproxima, começa a caminhar com eles, ouve o que dizem e pergunta:
“O que ides conversando pelo caminho?” (Lc 24,17)
Para eles, todos sabiam o que havia acontecido em Jerusalém, ficaram surpresos com a pergunta de Jesus:
“O que foi?” (Lc 24,19)
E Cléofas começou a relatar… Concluindo com a decepção revelada na frase: “A ele, porém, ninguém o viu.” (Lc 24,24). Novamente, Jesus interfere:
“Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?” (Lc 24, 25-26)
Longo diálogo de Jesus com os discípulos aconteceu… Eles sentiram algo diferente, especial naquele homem, sentiram o coração arder (Lc 24,32) quando lhes falava… Ao cair da tarde, após esse tempo em companhia daquele homem, convidaram-no a ficar com eles… e Jesus aceitou. Foi à casa, sentou-se à mesa com eles, somente aí foi reconhecido, ao partir o pão.
O Ressuscitado quer permanecer com os seus, ficar mais um tempo com eles, transmitir um pouco mais de si mesmo e do Pai. Os discípulos de Emaús, perceberam o mistério intrigante e convidaram aquela pessoa tão familiar a estar com eles um pouco mais.
Nossos encontros com Jesus muitas vezes são assim, não O percebemos com facilidade nas pessoas e situações, é preciso caminhar um pouco mais, aguçar o olhar e a sensibilidade para percebê-Lo caminhando a nosso lado, quando parece estarmos sós.
Deus não nos abandona jamais, Ele sempre nos quer a seu lado, assim a cada filho e filha, a todos!
A ressurreição de Jesus, nos abriu as portas da comunhão universal, n’Ele, todos somos um, precisamos estar com olhos e corações abertos para acolhê-Lo, segui-Lo e servi-Lo.
