Na quarta-feira de Páscoa, acompanhamos Jesus com os discípulos que retornavam a Emaús… algo acontecido naquele episódio se repetirá por três dias litúrgicos: Jesus Cristo Ressuscitado toma refeições, se alimenta.
O Evangelho de hoje (quinta-feira de Páscoa) é de Lucas 24,35-48: os dois discípulos do caminho, retornam a Jerusalém e se encontram com os demais, quando Jesus aparece no meio deles.
Jesus percebe a dificuldade dos discípulos em crer na ressurreição, quer lhes mostrar que é ele mesmo, que está vivo! Vejamos suas palavras de hoje:
“A paz esteja convosco!
“Por que estais preocupados, e porque tendes dúvidas no coração? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho.”
“Tendes aqui alguma coisa para comer?”(Lc 24,41)
Aqui, os discípulos lhe dão um pedaço de peixe assado, que ele toma em suas mãos e come. Depois, continua a lhes falar:
“São estas as coisas que vos falei quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.”
“Assim está escrito: O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia e no seu nome, serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sereis testemunhas de tudo isso.”
Jesus Ressuscitado não é um fantasma! Ele é real! Ressuscitou realmente e se apresenta a seus amigos, come com eles. Jesus evidencia a alimentação quando está com os discípulos, ora servindo (Jo 21,13 e Lc 24,30), ora comendo (Lc 24,43), por quê?
Recordemos a última ceia, na quinta-feira santa, quando Jesus celebrou a Páscoa dos judeus com seus discípulos, ali Ele nos deixou seu memorial, Ele mesmo se fez pão, refeição! Deixando-nos o mandamento do amor e do serviço.
A vida humana não existe sem o alimento. E, em todas as culturas, alimentar-se não é somente questão de necessidade vital, mas é um ato ritual: reunir-se em torno à mesa ou ao próprio alimento, compartilhar a comida e a vida. Jesus tem ciência da importância de seus gestos e suas palavras.
Tomar a refeição com seus amigos, dar-lhes algo para comer, partir o pão, são gestos de amor e doação do Ressuscitado, não é simplesmente para provar sua existência, mas para deixar-se a eles (e a nós), nos momentos sagrados de manutenção da vida.
Acolhamos a paz que Jesus nos traz e O acolhamos como Alimento em nossa vida, lembrando-nos que Ele não só se alimentou, mas também partiu e distribuiu o Pão.
Alzineide P. de Sousa, ffdp
