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Agosto, mês vocacional

Agosto mês vocacional

A palavra vocação vem do latim e-“vocare”, em que o significado é “Chamar”. No dicionário, a palavra vocação traz o significado seguinte: Ato ou efeito de chamar; denominação; e também  é um apelo ou inclinação para o sacerdócio, para a vida consagra. Porém, hoje já se compreende que a vocação não é só um chamado para a vida religiosa consagrada ou para o sacerdócio, mas um chamado interior que leva a pessoa a sentir que pertence a um acontecimento que deve concretizar em sua vida. Isto é, a sua missão neste mundo, que é intransferível… não dá pra outra pessoa “fazer por você”. Já profissão, é algo diferente, com o tempo, pode-se mudar, outra pessoa pode assumir minha tarefa.

A vocação é o que vem do mais profundo da pessoa, ela se sente parte e na obrigação, no dever de viver de vivê-la 24 horas por dia, ou seja é a própria vida, não tem um tempo – é toda a vida! Todos os minutos de cada dia!

A forma de viver a vocação pode ser a mais diversa, por exemplo: vida matrimonial, a vida laical como consagrado ou não, a vida sacerdotal, a vida religiosa consagrada ou simplesmente como solteiro ou solteira no mundo. Contudo, independente de para qual se sente chamada, a pessoa precisa descobrir sua verdadeira vocação e dizer o seu sim, assumindo-a integralmente.

Talvez você esteja se perguntando: “Como vou saber qual é a minha verdadeira vocação? Como descobrir minha vocação? O que devo fazer?” Para essa descoberta, é necessário colocar-se em marcha, percorrer um caminho cheio de flores (e com alguns espinhos também)… Se tiver a a coragem de começar, você receberá a alegria de se encontrar e descobrir o sentido de sua vida.

Para fazer este caminho é preciso:

  1. Sair do ninho, isto é, perguntar-se “Quem sou eu? Qual a missão que tenho a realizar neste mundo? Por que sou assim? Sinto assim? Penso assim? Porque nasci nesta família, neste contexto?Tive estes pais? ou não tive pais?” Ao vir estas questões, acolhê-las e colocar-se na escuta, mas não numa escuta muda ou só de voz, mas na escuta das falas da família, dos amigos, professores, pessoas conhecidas ou  desconhecidas. Na escuta da realidade em que vive: Familiar, Comunidade, Bairro, Estado,País e ao mesmo tempo escutar o próprio coração, o seu interior mais profundo. As inquietações, as angústias, mas também os sonhos, as alegrias, os desejos de encontrar o verdadeiro sentido de sua vida, descobrir: “quem és?”
  2. Olhar para a própria história com suas virtudes e pecados, suas alegrias e tristezas, suas possibilidades e dificuldades. Trazê-la diante de si, contemplá-la e aprender a amar e acolhê-la do jeito que é e tomar a decisão de como conduzir sua vida com tudo o que tem relacionado à sua história de vida pessoal.
  3. Aceitar-se como é e a sua história real, pois por mais difícil que seja, é sua história. Aceitar aqui não significa acomodar, a pensar tinha que ser assim mesmo. Aceitar, significa acolher o real, o que já aconteceu e não tem como voltar atrás e fazer diferente, mas dar um novo sentido, resignificar, porque toda a pessoa em sua história sempre tem alguma coisa que gostaria que tivesse sido diferente, mas não foi e o que passou não tem como mudar, mas ressignificar, dar um novo sentido.

E ainda dispor-se á escuta, ao discernimento, a um acompanhamento, pois sozinhos não podemos caminhar. O Papa Francisco na carta aos jovens, nos convoca a olhar a Narrativa da Vocação de Samuel (1Sm 3,1-21), na qual nos indica os traços fundamentais do discernimento, que são a escuta  e o reconhecimento da  iniciativa Divina, isto é, é sempre Deus que toma a iniciativa de nos chamar, e que não é uma imposição da vocação, mas uma proposta de amor, um envio missionário no cotidiano de uma história pessoal numa mútua confiança.

Ainda diz o Papa, que a vocação não é um roteiro já pronto, que o ser humano deveria simplesmente recitar, nem uma improvisão teatral sem roteiro. Dado que Deus nos chama a ser amigos e não servos (Jo15,15) as nossas opções concorrem realmente para a realização histórica do seu desígnio de amor. Além disso, a economia da salvação é um Mistério que nos ultrapassa infinitamente; por isso, só a escuta do Senhor pode revelar-nos a parte que somos chamados a ter nela. Vista sob esta luz, a vocação aparece realmente com um dom de graça e de aliança, como o segredo mais belo e precioso da nossa liberdade.. (Os Jovens a Fé e o Discernimento Vocacional – Documento Final carta aos Jovens- Sínodo dos Bispos, p.68doc49 Ed.Paulinas).

Enfim, vocação é chamado de Deus à pessoa e a resposta da pessoa a Deus, essa resposta é dada com liberdade de aceitar ou não ao chamado.

Ir. Ana Lucia Vieira, Franciscana Filha da Divina Providência

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