Conheça agora a história de um amor franciscano, o primeiro casal a ser membro da Terceira Ordem Franciscana Secular! Em um tempo em que a vida religiosa era vista como um chamado restrito aos conventos, Luchesio e Buonadona surgiram como um farol de esperança para os casais. Esse casal italiano, beatificado pela Igreja Católica em 1697, provou que o amor esponsal também pode ser um caminho de santidade.
Ambos eram contemporâneos de São Francisco de Assis, reconhecido como o pai da Ordem Franciscana. O santo nutria um profundo amor esponsal por Jesus e essa relação o impulsionava a viver com radicalidade o Evangelho.
Amor franciscano: como foi possível
São Francisco foi um santo amado e admirado por todos à sua volta, o seu exemplo e dos monges que o seguiam contagiava a sociedade do seu tempo. Logo, não demorou para que alguns casais também fossem ao encontro de Francisco, pois queriam também viver um amor franciscano, queriam viver da mesma forma que os irmãos ou frades menores.
Quando o primeiro casal chegou a São Francisco com essa solicitação, ele pediu para refletir sobre essa questão e colocou o desejo dos casais de viver o amor franciscano em oração. Era o ano de 1221, e esse casal era Luchesio e Buonadona. Então, depois de discernir com o Espírito Santo, ele deu sua resposta ao casal:
“Vocês optaram pela vida matrimonial e é lá que vocês encontrarão a santificação! A santificação do casal, está na vivência do evangelho no lar, no trabalho honesto de cada dia, e na educação dos filhos, segundo a vontade de Deus”.
Contudo, o casal Luchesio e Buonadona insistem com São Francisco e ele os acolhe como Irmãos da Penitência, vivendo no lar, no matrimônio, no trabalho, e com os filhos o Carisma Franciscano. Porém, para viverem o amor franciscano, eles deveriam seguir de acordo com uma regra específica dos franciscanos.
E essa regra encontra-se no Capítulo II da regra e vida dos Franciscanos Seculares: “observar o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo segundo o exemplo de São Francisco de Assis, que fez do Cristo o inspirador e o centro da sua vida com Deus e com os homens”.
Amor franciscano: Luchesio, o comerciante que encontrou a paz
Luchesio era um rico comerciante da Toscano, era conhecido por muitos como um homem ambicioso e obcecado pelas riquezas.
Porém, o encontro com São Francisco, o pobre de Assis, transformou totalmente a sua vida. Ouviu dele exortações sobre a verdadeira riqueza e sentiu-se profundamente tocado por suas palavras, por seu testemunho de vida e por seu amor ardente a Deus.
Sendo assim, desejou viver esse mesmo amor franciscano e inspirado pelo exemplo de São Francisco, Luchesio abdicou de sua vida luxuosa e com sua esposa passou a se dedicar à caridade e à oração.
Amor franciscano: Buonadona, a esposa devota
Buonadona, esposa de Luchesio, sempre foi uma mulher que vivia a simplicidade, era virtuosa, piedosa e devota. Logo, era uma mulher forte na oração e também na prática da caridade. E além do cuidado com a casa, ela também ajudava seu esposo no seu comércio.
Ao conhecer São Francisco, ela se viu ainda mais fortalecida em sua fé. Juntos, o casal formou uma união exemplar, baseada no amor mútuo, na fé e na entrega a Deus.
A espiritualidade e o amor franciscano no lar
Depois desse encontro transformador com São Francisco, o casal Luchesio e Buonadona decide vender o comércio. Então, compram algumas terras para servir de sustento para a família, e o que restou distribuíram aos pobres.
Os dois abraçaram a espiritualidade e o amor franciscano, vivendo com simplicidade, alegria e compromisso com os mais pobres. Logo, transformaram seu lar em um convento familiar, onde a oração, a caridade e o amor mútuo reinavam.
E como os primeiros irmãos da Terceira Ordem Franciscana Secular, eles passaram a se dedicar ao apostolado nas famílias e entre os casais. Foram generosos com todos e para com todos testemunharam o amor de Cristo.
Luchesio morreu por volta do ano 1260, já bastante idoso, e Buonadona faleceu alguns anos depois.
Atualmente o casal que viveu honestamente o amor franciscano é invocado como padroeiro dos bem-casados e quando algum casal está com dificuldades no relacionamento.
Enfim, a história de Luchesio e Buonadona, os primeiros a viverem o amor franciscano, nos ensina que o matrimônio pode ser sim um caminho de santidade. Através da prática da oração, da caridade e do amor mútuo, os casais podem transformar seus lares em verdadeiros santuários de fé e amor.
